Uma news nada comum #14: As peculiaridades desse lado da ilha
No lugar de budistas, muçulmanos e no lugar dos jovens europeus curtindo baladas, famílias russas e tranquilidade.
Desde o início do planejamento da nossa volta ao mundo, a Tailândia é um dos destinos no topo da nossa lista de de desejos. Longas praias paradisíacas, quase desertas, preços baixos, culinária deliciosa.
Chegamos na Tailandia no meio de fevereiro e não encontramos preços tão convidativos quanto esperávamos. Ainda é alta temporada e as ilhas estão cheias de turistas. Muito, muito cheias. Em Koh Lipe quase não encontramos estadia e tudo que encontramos a partir daí fugia pelo menos um pouco do nosso orçamento.
Mas graças ao petsitting, garantimos 3 semanas em Phuket, pra desfrutar tranquilos de um pouco de praia, sem pagar por hospedagem. Ufa!
E por tranquilos, eu digo bem tranquilos mesmo. É que o lugar do petsitting é de um lado da ilha onde uma boa parte dos turistas nem chega.
Phuket é enorme, tem 540 km quadrados de área e quase 400 mil habitantes. Recebe mais de um terço dos 35 milhões de estrangeiros que visitam o país anualmente. Mas grande parte deles ficam nas áreas da cidade histórica ou nas áreas mais ao Sul.
A área onde estamos abriga muitos Tailandeses muçulmanos (a maioria é budista), expatriados que escolheram a Tailândia pra se aposentar e recebe como turistas principalmente famílias. Em específico, famílias russas.
Os restaurantes tem traduções em russo do cardápio, os estabelecimentos comerciais tem fachadas em russo, antes de inglês e até mesmo Tailandês. Na feira, quando perguntamos o nome de uma fruta, a vendedora pegou o google tradutor e nos mostrou a tradução, em russo. Escutamos a língua por todo lado. É a grande maioria mesmo, as vezes um inglês ou um francês, mas 90% eu diria, russo. Li inclusive que eles tem comprado muitas propriedades na ilha.
Já estivemos em um lugar assim antes, no litoral da Turquia, onde os russos dominavam entre os turistas. Mas Phuket, e a Tailândia em geral, tenho descoberto, é um refúgio especial pra essa nacionalidade.
As redes sociais me fizeram descobrir, que as relações diplomáticas do país são delicadas e o passaporte russo permite que muito pouco do mundo seja visitado sem visto. Aí que entra a Tailândia, com isenção de visto pra eles de até 60 dias. Nós brasileiros temos 90 dias.
É que quando se está fora o algoritmo das redes te faz receber sugestões de conteúdo produzidos por locais, ou por quem está está viajando por ali.
Com isso eu tenho visto memes sobre russos, russos tentando viajar pelo mundo e só sendo recebidos na Tailândia, e também um porção de outras nacionalidades com uma estranha obsessão pelo 7/11 ( as lojas de conveniência americanas que são mais populares aqui do que nos EUA).
Num dos memes, uma figura que podia ser muito bem o Chico Buarque na sua famosa foto sorrindo e sério, em que a foto feliz dizia “todos os turistas na Tailândia”, e a foto séria “Russos na Tailândia”. O comentário mais curtido ali dizia que o meme não era verídico porque o único lugar onde os russos sorriem é justamente na Tailandia. Além desse comentário, havia muitos outros que demostravam ódio sem limites a eles.
Comparado aos tailandeses, realmente eles sorriem bem pouco, mas em vários momentos vi as crianças olharem com curiosidade e carinho pros cachorros que estamos passeando e seus pais, sorrindo, os incentivarem. Por outro lado, nosso host, uma americano de 85 anos, na sua tentativa de ser um bom vizinho, sempre repete um ‘olá’ em russo pra todos que passam por nós e raramente recebe uma resposta.
Fora isso, o clima de ramadan entre os Tailandeses tem nos feito ouvir suas orações varias vezes ao dia pelos auto falantes e ve-los reunidos à noite, seja na sala das suas casas, seja do lado de fora da mesquita, pra compartilhar uma grande refeição depois do por do sol.
Enfim, tem sido curioso ter essa experiência bem particular de Tailandia. Uma coisa é o que você imagina antes de chegar num destino dos sonhos e outra bem diferente é o que ele te entrega. Espero que esteja claro que está sendo uma ótima experiência, ainda que um pouco particular.
A culinária eu preciso dizer que é um caso a parte e pode ganhar uma news só dela. Só amores até agora.
É só o começo, ainda temos muito chão pra percorrer pelo país. Aceitamos dicas inclusive!
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Achamos curioso o tanto de outdoor em cirílico em Phuket, e descobrimos assim essa onda de russos por lá. Mas, quando são poucos os destinos fáceis de chegar, e com clima agradável (em comparação ao inverno rigoroso), é natural que se dirijam em massa. Ótima oportunidade para aprender russo, hahah