Uma news nada comum #9: A história mais triste sem cortes
Uma das histórias mais marcantes da nossa vida de pet sitters viajantes.
Em setembro do ano passado, quase no fim do nosso ano pela Europa, passamos 15 dias em Fredrikstad, uma cidade do interior da Noruega, ao sul de Oslo. Neste caso, assim como em 90% de toda a passagem pela Europa, graças ao petsitting.
Fomos pra cuidar do Rafael, um galgo espanhol resgatado por uma senhora norueguesa que adora viajar e conversar. Numa dessas conversas com uma amiga jornalista ela contou sobre como usa a plataforma Trusted Housesitters para encontrar viajantes dispostos a passar um tempo na sua casa cuidando do seu amado companheiro, enquanto ela escapa vez ou outra do frio Norueguês para terras mais ensolaradas ao sul.
Intrigada com a história e curiosa sobre como funcionavam essas trocas, sua amiga propôs contar tudo isso em uma reportagem pra revista em que trabalha. Para isso ela também gostaria de ouvir o outro lado, nesse caso, o casal de brasileiros viajantes que chegaria em breve.
Recebemos a proposta da nossa host junto com as mensagens em que tratávamos da nossa estadia e felizes com a oportunidade, aceitamos! Não sem umas crises de ansiedade junto.
Logo na estação de trem da chegada fomos recebidos pela simpática Gry, tutora do Rafael, que nos avisou que o fotógrafo da revista também já estava por lá, clicando o momento do nosso primeiro contato ao vivo como um paparazzi. Estranho pra nós e pra ela, mas estávamos felizes e fazia uma linda manhã de sol azul.
Ao chegarmos na casa fomos apresentados à amiga jornalista e ao fotógrafo e recebidos com sanduíches e vinho branco em uma mesa de picnic no jardim. A conversa foi informal e correu tranquila, compartilhamos nossa vida na estrada e experiências de viagem, como o housesitting casou com tudo isso e até as primeiras impressões da Noruega.
E foi quando Gry compartilhou as suas experiências e chegou na triste história do Rafael, que ficamos sabendo sobre sua vida e resgate.
Rafael é um cachorro de 10 anos, de uma raça usada para caça, prática infelizmente muito comum ainda na Espanha. Em muitas etapas do Caminho de Santiago, ao ouvirmos tiros vindo de propriedades usadas para essa prática, hedionda na minha opinião, nos sentimos aflitos lembrando dessa história (fora o medo).
A tradição diz que ao final de uma temporada, e aí entra o relato da própria Gry e da ONG que resgatou o Rafael, o cão “utilizado” seja sacrificado em prol de uma próxima temporada ainda melhor. Quanto maior a crueldade empregada no assassinato mais sorte no ano seguinte. Rafael foi encontrado pendurado pelo pescoço numa altura suficiente para que apenas as unhas tocassem o chão, lutando pela vida num movimento chamado a “dança da forca” ou “tocando piano”. Ele tem marcas de bala e outras cicatrizes por todo o corpo e é hoje uma criatura que tem medo, anda devagar e sempre atrás dos tutores. Não tem a agitação costumeira dos cachorros que conhecemos.
Por algum tipo de bondade que só os animais conhecem, Rafael ainda confia nos seres humanos e nosso tempo com ele foi dos mais gostosos. Passeamos juntos pela bela cidade fortificada vizinha à nossa casa, tomamos sol no gramado do jardim, curtimos um friozinho juntos e trouxemos ótimas lembranças.
Depois ainda tivemos mais um encontro com o fotógrafo, que veio documentar a nossa rotina sozinhos com o Rafael.
Um mês depois a revista impressa saiu e a Gry teve a gentileza de nos enviar uma cópia física, mas se quiser ver a versão on-line, é essa aqui!
Esse relato é pra te mostrar que essa troca é muito mais do que garantir hospedagem gratuita pelo mundo. Conhecemos pessoas e bichinhos incríveis, vivemos experiências únicas e deixamos um pedaço do coração com eles a cada despedida.
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Muitas são as ONG’s que resgatam galgos na Espanha vítimas das corridas e da caça, aqui vão alguns exemplos: SOS Galgos, Amigo Galgo, Galgo Leku.
Esse vídeo é chocante, mas faz provoca uma importante reflexão: como pessoas que são violentas com animais são um perigo para a sociedade já que estão igualmente propensas a serem violentas em todos os outros aspectos da sua vida.
pra viajar sem sair de casa
Pra continuar a reflexão da última edição da news, esse texto da Nevoeiro, a newsletter da excelente escritora brasileira Carol Bensimon.
Mais um Tiny Desk, porque a gente adora, dessa vez com a Willow Smith, já considerado um dos melhores do ano.
Esse último mês li um livro escrito por uma viajante que bateu fundo aqui, como poucos. É o ‘O mundo sem anéis: 100 dias em bicicleta’ da Surina Mariana, que também escreve uma newsletter aqui no Substack, a Sofá da Surina.
Dois filmes excelentes que chagaram aos streamings nos últimos tempos, depois das temporadas de premiação foram Todos nós Desconhecidos, no Star+ e Dias Perfeitos, na MUBI. Este ultimo to querendo escrever uma edição só pra ele, vamos ver.
Terminamos a série Shogun, disponível no Star+, e foi das melhores que vimos nos últimos tempos. Queremos mais temporadas.
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Ótimo texto, mesmo que a história seja tristíssima. É inacreditável que um país, considerado potência, tenha um costume tão nefasto ainda hoje.
Terminei ontem de ver Xogum. Li o livro duas décadas atrás e foi bom ver como levaram pras telas essa história sensacional. Cada capítulo me deixava ansioso pelo próximo. E que final, hein! Recomendo a leitura dos livros/calhamaços de James Clavell