Viajar barato é mesmo só perrengue?
Reflexões sobre como um orçamento limitado nos expôs à muitas conexões profundas
Essas nossas últimas aventuras que envolveram acampar sem barraca no deserto e depois pegar um ônibus de 22 horas entre a capital da Namíbia e a da África do Sul geraram alguns comentários que me fizeram refletir sobre a imagem que as pessoas tem sobre viajar barato e que talvez tenha a ver com o que compartilhamos nas redes também.
Todos os comentários foram bons, nenhum hater, nada disso, mas eu e Raoni nos divertimos muito nessa nossa viagem de volta ao mundo e por mais que a idade esteja nos alcançando e as vezes nos pegamos cansados e reclamões, em geral estamos sempre rindo de nós mesmos, muito felizes, mesmo quando as condições da viagem não são ideais.
Mas um outro conteúdo que compartilhamos sobre uma experiência totalmente não planejada num airbnb, que se tornou uma das melhores da viagem até agora, desencadeou um pensamento de que talvez a gente faça bastante humor sobre os perrengues mas compartilhe pouco sobre como optar por viajar barato tem um outro lado, o que nos aproxima mais do locais que visitamos.
Esse airbnb no caso, foi na Namíbia, em Windhoek. Um dos poucos dentro do orçamento que nos propusemos lá no inicio dessa volta ao mundo, envolvia nos hospedar num quarto no apartamento de alguém e não num apartamento só pra nos, que geralmente a introvertida aqui prefere. Apesar de essa ter sido a ideia da própria plataforma no seu inicio, não é bem o que a maioria das pessoas procura hoje em dia, nem o que a própria empresa parece buscar nos seus anúncios de espaços incríveis pelo mundo.
Porém as avaliações eram muito boas e nós somos comprometidos com o orçamento, então topamos a experiência. No fim ela acabou sendo melhor do que o tour caro que fizemos pela cidade. A nossa host era de uma comunidade no Norte do pais, os Aawambo, onde se comem os Mopanes, desse vídeo aqui, onde as mulheres ainda fabricam sua própria cerveja, se vestem em cor de rosa nos festejos como nesse vídeo aqui, enfim. Uma das etnias mais presentes no pais. Por outro lado ela é uma mulher moderna, viajada, trabalha numa empresa na capital e adora receber viajantes e compartilhar historias de viagem. Numa dessas, vendo nosso interesse pela cultura e culinária locais ela não só nos ajudou a conseguir as frutas locais e contou curiosidades para compor esse vídeo aqui, como também se vestiu tradicionalmente e cozinhou pra nós Oshifima, ou Pap, como é mais conhecido na África do Sul, nos incentivando a gravar o vídeo e mostrar um pouco do seu pais pra mais pessoas. Ela também tem seu próprio canal, esse aqui.
Partimos da Namíbia pra África do Sul direto pra um Housesitting, aquela troca que fazemos onde cuidamos da casa e do pet de alguém que precisa viajar e podemos nos hospedar de graça na casa dele.
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Quem nos recebeu dessa vez foi a Wendy, nem sempre acontece, mas em alguns casos o host está presente no primeiro dia pra receber a gente e dar as últimas instruções. Quando começamos a fazer essas trocas essa foi a parte que eu mais achei que estranharia. Encontrar o dono da casa onde ficaríamos e passar um tempo com essas pessoas que não conhecemos, na casa delas. Mas tem sido as melhores experiências no sentido de interação com os locais. Preparamos um jantar juntos, comemos próximos da lareira deliciosa da casa dela, ela compartilhou um pouco de si e ainda pegou um enorme Atlas da América do Sul, que ela conhece, e nos fez apontar onde nascemos, moramos e a responder várias curiosidades que ela tinha sobre o Brasil. No dia seguinte, antes de partir ela ainda nos levou pro lugar onde pratica seu esporte favorito, nadar no mar, e pudemos conhecer a região e tomar um café juntos.
E onde eu quero chegar com todas essas histórias? Sim, viajar barato às vezes nos coloca em algumas enrascadas que depois viram histórias pra contar, mas também nos expõem à vida local de uma maneira muito profunda. No meu caso de pessoa introvertida é ainda mais útil, já que de outra maneira, não faria essas conexões facilmente. E desde de que começamos essa longa viagem, como essas interações eram tudo que a gente buscava, esse agora tem sido nosso jeito de explorar um novo lugar mesmo quando o orçamento permite outras opções.
O que você busca quando faz uma viagem? Essas conexões também estão na sua lista de prioridades? Como você busca por elas?
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As pessoas têm noção diferente do que é perrengue, né? Tem gente que acha ruim querer economizar, quando isso pode trazer bons frutos. Nós passamos a dividir os pratos de comida no início da nossa viagem: eram enormes e não gostamos de desperdiçar, e menos comida diminui a chance de dar a preguiça pós-almoço. Sem falar no bolso, que agradece.
E que legal essa experiência de ficar uma noite com a Wendy em casa. Nas duas vezes em que fizemos pet sitting, a pessoa apenas nos deu as instruções e partiu. Mas, definitivamente, a ideia de ficar num quarto via Airbnb é uma boa opção para conhecer moradores, seja um nativo ou não. Em Windhoek e em Swakopmund ficamos em hostels, já que fazia tempo que não encontrávamos esse tipo de hospedagem. Foi bom para interagir com viajantes mais velhos --os jovens não queriam papo com os 30+, haha.