Uma news nada comum #13: Você que não é nômade, eu sinto inveja de você
Não é só da família, dos amigos e da culinária que a gente morre de saudades.
Depois de mais um hiato nessa newsletter resolvi voltar com uma reflexão que o Raoni puxou esse fim de semana durante um rolê muito legal aqui em Penang.
Estamos na Malásia há quase um mês, curtindo cada minuto por aqui.
Pra começar eu preciso dizer que Penang ganhou nosso coração. Chegamos pra ficar 7 dias, estendemos por mais 7, depois mais 7… Quem sabe mais quantos? Aqui nós encontramos comida boa e barata, vários restaurantes vegetarianos inclusive, lojas de souvenir, artesanato, roupas e livrarias, independentes e autorais, daquelas em que dá gosto passear e ter primeira inveja dos não nômades desse texto, a possibilidade de comprar coisas e levar elas pra casa. Tem arte de rua espalhada por todo o centro histórico e andar por ele vira quase uma caça ao tesouro e tem ainda uma orla muito boa pra correr. Tem muito mais, mas esse texto não é sobre isso.
Foi andando numa dessas ruas e entrando em uma livraria que descobrimos uma feira que acontece todos os fins de semana em uma antiga garagem de ônibus da cidade. Foi nela que o artista lituano responsável pelas famosas artes de rua de Penang, Ernest Zacharevic, fez sua primeira exposição solo em 2012. A gente ama esse tipo de coisa e decidimos que seria o passeio de sábado.
Chegamos lá e era muito maior do que esperávamos, pela esquerda haviam dezenas de tendas de artesanatos de artistas locais. De chaveiros a teclados mecânicos, de flash tatoos a retratos desenhados. Na direita, em um galpão, outras tantas araras de roupas de brechó e novas (tenho achado os asiáticos muito estilosos). Ao fundo tinha comida pra todos os gostos, ocidentais e orientais e no meio, diversas cadeiras de praia alinhadas pra um show de musica que estava pra começar.
Ficamos pelo tempo que a chuva deixou e saímos já querendo voltar. Como ficamos por mais um fim de semana, resolvemos repetir o nosso passeio preferido, com a desculpa de levar os amigos recém chegados na cidade pra conhecer também. Essa semana desvirtualizamos uma amizade com os viajantes livresdarotina.
Foi aí que bateu. Que saudade de ter um programa favorito.
Você que tem uma residência fixa deve achar isso pouco, eu sei. E a gente sente falta de coisas muito maiores e importantes, mas é que delas a gente fala bastante. Todo dia, por exemplo, sentimos falta de estar perto da família, de sair com os amigos, de comer arroz com feijão, pão francês e açaí, falar português e por aí vai…
Mas nossa, como é legal ter um programa favorito também. Aquele que você vai não porque está na moda, porque todos estão indo ou porque é novidade (gosto desses também, só pra constar), mas simplesmente porque gosta, um rolê conforto. Quando morávamos juntos no Brasil era tomar café na padaria sábado de manhã (americano com croissant tá muito longe de um café coado e um pão na chapa) e depois ir a praia, tomar sol e cerveja e ler um livro. Mas era também, ir na feira comer um pastel e tomar água de coco, almoçar na casa da família… Qual o seu?
Enfim, sem dramas, todos os tipos de vida tem seus lados bons e ruins e esse também. É tudo escolha e momento. Mas é que bateu o quanto foi legal repetir um rolê, fazer algo pela primeira vez e se divertir, ir uma segunda e também ser bom, e pensar que se morássemos aqui talvez fôssemos assíduos frequentadores.
O que você acha que sentiria falta se fosse nômade? O que, você que é nômade, mais sente falta?
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Ola Barbara e Raoni, gostei muito do texto de vocês. Me identifiquei muito. Estou na estrada do nomadismo há 4 anos, e entendo muito bem esse sentimento de vocês. Inclusive, sou novo aqui no Substack, depois de muito tempo tomei coragem e decidi escrever o Nômade Analógico, que nasceu com a ideias de mostrar que apesar de trabalharmos digitalmente, somos seres analógicos, com uma vida e problemas reais. Depois da uma passadinha por lá, acabei de lançar meu primeiro texto, acho que vão gostar :)
Eu sei que não é igual, mas dá pra conversar com familiares e amigos pela internet. Agora, o café coado com pão na chapa ou pão de queijo, isso não tem como matar saudades do outro lado do mundo